28.2.13

Partida

Parto para nunca mais
Despeço-me para jamais voltar
Mas levo em meu peito seu amor
Deixo gravada em minha mente
A imagem incomparável do seu riso
Os ecos da sua voz ressoarão na primavera
Junto ao canto dos sabiás
E o que dizer da luz de teus olhos?
Essa candeia cor turquesa
Vê-la hei no brilho da Lua
Ai, ai de mim que não terei mais
Sua beleza nua
Que sonharei nas noites frias
Com o calor do seu corpo oblíquo
Vagarei pelos corredores de meu casarão
Como alma penada
Feito um vulto lúgubre
Sem rumo certo na vida
Meu espírito partido,
Abatido mas relutante
Espera o alívio de te encontrar pelo caminho
Talvez em um parque florido
Num dia de domingo
Ou num bar à beira de uma esquina
Em plena quarta-feira de cinzas
Voltando de uma prece
Ou até recompondo-se dos longos bailes de Carnaval
Ai de mim, ai de mim
Que parto para nunca mais!

Doménico Silvestre

Nenhum comentário:

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...