Não
ousei proferir O Nome,
não
tive coragem.
Fiquei
tão constrangido,
apesar
da imensa fome.
Fome
do Nome.
Alguns
O diziam,
e
pareciam cães raivosos,
profanando-O
enquanto o desferiam
contra
pobres almas feridas.
Já
eu, com meu peito rasgado,
busquei
na aridez da minha alma
o
Sopro sagrado.
Desejei
a Presença.
Encontrei
na Ausência,
um
altar vazio.
Minha
oração sem palavras,
e
meus gestos silentes, inócuos?
Na
aparente orfandade,
suspeitei
da beleza que preenchia o vazio.
O
próprio Nada,
era
a Fome,
o
Desejo,
que
clamava pelo Nome.
No
Desejo,
na
Fome,
num
sentimento de falta,
Ele
mesmo era Fome e Alimento.
Era
o próprio apetite a Presença,
falando
por meio da Ausência,
anunciando-se
em meia à Carência.
Transcendi,
e
embora tenha resistido em dizê-lO,
respirei-O
ritualisticamente.
Respeitei
os recônditos vazios de meu ser.
Pois
neles havia a Beleza,
Eram
– os vazios – Ela própria.
Aliviei-me,
sentindo uma brisa fresca de aroma perene.
Aquietei-me,
e entendi.
Era
o Silêncio quem melhor proferia a doce Palavra.
E
nos meus vazios, Ela estava encarnada.
Fazendo-se
bela pela justa razão de não ser pronunciada.
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