“Ah, não há saudades mais dolorosas do que as das coisas que nunca foram!”
Fernando Pessoa
Foi-se em silêncio,
Não mais argumentou,
Calou-se diante do inexorável.
Cantou pela última vez em memória dos dias felizes.
Não chorou – visivelmente!
Aceitou seu destino (como se ele existisse).
Não podia resistir ao adeus,
Deus o sabia que não poderia.
Foi ao encontro de água fresca e vento suave,
Para refrigerar a alma e aliviar as dores do peito.
Um sabiá cantava distante,
Fora como um sinal, um revival;
Por segundos, esperou rever o objeto da sua saudade,
Mas não, era só um canto solitário de um sabiá que
Teimara em seguir cantando mesmo fora de época.
Voltou os olhos ao chão,
Respirou fundo, enchendo os pulmões de ar
E seguiu em frente, para não mais voltar...
Um comentário:
tão triste, e tão bonito! Gostei! Eu tenho saudade do que passou e não vai mais voltar, mas também tenho saudade do que estava por vir
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