20.5.11

Miragens

Ao tocar-me a ausência do teu ser,
Percebo-me que me faltas. E quanta falta faz tua falta!
Falta-me teu aroma, não tenho também teu sabor.
Falta-me teu olhar suave, nega-me a distância também as tuas mãos.
Ando nu, sem vestir-me do tecido de teu corpo.
Não encontro morada, vago como cão perdido esperando te encontrar.
Como ave recém-nascida, preciso de ti para me aninhar nas noites frias.
Minha mente, intransigente, vagueia em miragens. Imagens.
Imagens de ti. Imagens de mim. Nós.
Perdendo-nos no encontro de nossas almas. Nossos corpos!
Que delícia!
Tua pele. Tuas formas. Tuas marcas, tuas manchas, tuas pintas, tuas sardas.
Uma profusão de beleza, de sabores, música palpável.
Canção de amor com notas degustáveis. Pintura em movimento. Uma loucura!
Ah, como queria agora desaguar em ti toda essa fervura.
Paciência, carência, renitência, ansiedade e ardência me possuem com indescritível intensidade.
Miragens. Imagens de ti em mim. Sempre, até que miragens se transformem novamente em Oásis.

2 comentários:

Jacqueline Emerich disse...

Ai que saudade!

Jacqueline Emerich disse...

Ai que saudade!

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